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Jardins Majorelle

Entrar em Majorelle é uma experiência diferente de todas as outras que a cidade nos oferece. Os jardins são um pequeno oásis no coração de Marraquexe; o tom ocre dá lugar ao verde a perder de vista e o silêncio, que ali impera, transmite-nos uma sensação de paz e certo mistério.

Marraquexe



Depois de comprar os bilhetes a 70 dirhams - o que corresponde a uns 7€ - por pessoa, foi logo na entrada que nos deparamos com um pequeno chafariz, inspirado nos restantes jardins islâmicos, num tom de azul vivo, o mesmo que veio a ser conhecido por azul Marjorelle, devido à proeminência da cor no jardim botânico.

Marrocos

Em 1924, o pintor francês Jacques Majorelle, apaixonado pela cidade e a cultura marroquina, decidiu comprar um hectar de terreno e nele criar um jardim tropical com mais de 3.000 espécies de plantas exóticas, que trazia das suas viagens pelo Mundo.

Marraquesh

Por esse motivo, encontramos no jardim botânico vários ambientes e, entre outros, podemos admirar cactos variados, palmeiras e até uma floresta de bambús, provenientes de cinco continentes. Também são mais de 15 as espécies de aves raras que chilreiam por ali, escondidas nas sombras das árvores.

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Mais tarde, em 1937, o pintor construiu uma vivenda de tipo mourisco e arte déco, de dois andares, habitando o primeiro, pois no rés-do-chão estava o atelier que lhe dava a inspiração da cidade que tanto amava.

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Hoje em dia, rebatizada de Villa Oásis, a casa em tons vivos de amarelo e azul, foi transformada num museu de arte islâmica. Por mais 30 dirhams (3€), podemos entrar e admirar uma vasta coleção de jóias berberes, rendas e artefactos em madeira entalhada, peças privadas de Yves Saint Laurent e Pierre Bergé.

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Os jardins foram abertos ao público, pela primeira vez, em 1947, mas depois da morte do seu fundador, em 1962, ficaram ao abandono.

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Saint Laurent e Bergé descobriram Majorelle em 1966, nas primeiras férias que fizeram no país.
Também fascinado pelo exotismo de Marrocos - inspiração em muitas das suas criações - em 1980, o estilista e o seu companheiro de longa data decidiram comprar e revitalizar os jardins, impedindo que o mesmo fosse vendido e substituído por um hotel.

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"Muito rapidamente nos tornamos familiarizados com o jardim e eram poucos os dias em que não íamos lá. Estava aberto ao público, mas não havia quase ninguém. Ficamos seduzidos por este oásis onde as cores de Matisse se misturam com as da natureza. "
Yves Saint Laurent, Uma paixão marroquina, de Pierre Bergé

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O jardim botânico foi palco de alguns dos desfiles da marca YSL e hoje em dia, através da fundação Majorelle, emprega vários jardineiros e arquitetos paisagísticos, que continuam a obra do seu benfeitor.
Para além dos jardins, a mesma fundação também patrocina bolsas de estudos a vários jovens e crianças marroquinas.

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Pela forte ligação que tinha à cidade, o desejo de Yves era que as suas cinzas fossem espalhadas no lugar, o que viria a acontecer após a sua morte. Assim, sinalizado com várias placas que indicam o percurso, vamos inevitavelmente dar ao Memorial YSL, uma coluna romana de Tanger, num pedestal, onde se lê o nome do estilista.

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O azul predominante da casa, que também encontramos em vasos, gazebos e até no lago central, repleto de nenúfares, salpica o verde e as sombras como um quadro que nos foi oferecido por Majorelle.

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Esse mesmo azul royal viria a inspirar, além de muitas coleções de roupa, um dos vernizes mais famosos da marca YSL.

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Mais recentemente, em 2010, a Princesa Lalla Salma, actual princesa consorte de Marrocos, inaugurou a Rua Yves Saint Laurent - a mesma rua onde se situam os jardins - e a exposição YSL e Marrocos, uma sala onde as paredes brancas ganham vida com posters coloridos que o estilista enviava aos amigos de Marrocos.

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Depois de percorrer os caminhos do jardim, onde as sombras nos protegem do calor que se faz sentir em toda a restante cidade, pode restaurar as energias com uma água, um sumo de frutos ou até mesmo uma refeição ligeira, numa esplanada edílica que lá encontra.

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Marraquexe é uma caixinha de surpresas e Majorelle é, sem dúvida, uma das mais inesperadas.
Um oásis que não pode perder, pois o 🌍 está à nossa espera... 🙏

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